Direita Raiz, Direita de Ocasião e Direita Trans
A cúpula do PL tenta empurrar goela abaixo a candidatura de Babá, que mal aparece nas pesquisas e não empolga nem nos grupos de WhatsApp da militância.
- 13 de outubro de 2025
- Em: Política
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O Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Norte chega a 2026 mais dividido do que nunca. O que antes parecia apenas ruído de bastidores agora virou um verdadeiro reality show político com, pelo menos, três “sublegendas ideológicas”: a Direita Raiz, a Direita de Ocasião e a curiosíssima Direita Trans – aquela que se fantasia de direita, mas não suporta ouvir o nome “Bolsonaro”.
Esse processo de fragmentação começou de forma tímida em 2024, mas ganhou corpo e agora acontece em larga escala, com cada grupo tentando emplacar seu projeto de poder. E, como sempre, o discurso é pela “unidade”, mas o movimento é de “cada um por si”.
O fantasma de 2012 e o blefe Rogério
O PL passou quase dois anos vendendo a ideia de que Rogério Marinho seria candidato ao governo do RN. Mas todo mundo com memória política sabia que isso não iria acontecer.
Quando foi candidato à prefeitura de Natal, Rogério amargou um constrangedor 4º lugar — sendo que o 3º lugar teve o dobro de votos. Ou seja: repetir esse desastre em 2026? Nem pensar.
Enquanto isso, a sigla segurava os ânimos internos com essa “candidatura-cortina de fumaça” enquanto definia o verdadeiro caminho.
O novo plano: Álvaro Dias, Styvenson e… Babá goela abaixo
Agora o jogo mudou. O PL negocia a filiação de Álvaro Dias, ex-prefeito de Natal, para lançá-lo ao governo. O plano seria repetir a aliança com Styvenson Valentim, que voltaria a disputar o Senado. Até aí, uma estratégia plausível.
O problema é que a cúpula do PL tenta empurrar goela abaixo a candidatura de Babá, que mal aparece nas pesquisas e não empolga nem nos grupos de WhatsApp da militância. A base torce o nariz. O eleitorado nem sabe direito quem é. Mas a insistência continua.
O Coronel Hélio: o nome proibido
Por fora, corre o Coronel Hélio, limado dentro do próprio partido, mas percorre o estado, conquista apoio popular e conta com a lealdade da Direita Raiz — aquela que joga limpo, chama as coisas pelo nome e não tem medo de falar “Bolsonaro” em voz alta.
E é exatamente aí que mora o conflito.
A pergunta que não quer calar:
Por que a Direita de Ocasião e a Direita Trans não querem, de forma alguma, o nome do Coronel Hélio?
Enquanto a Direita Raiz tenta manter coerência ideológica, a Direita de Ocasião quer apenas apostar no cavalo mais forte, e a Direita Trans quer reescrever o conceito de direita… sem Bolsonaro, sem confronto e, de preferência, com muito marketing.