Hamas e facções rivais trocam tiros em Gaza após recuo parcial israelense

Após o recuo parcial das tropas israelenses da Faixa de Gaza, o território voltou a registrar violência — desta vez, entre grupos palestinos. Militantes do Hamas, que controla politicamente a região, trocaram tiros com facções armadas rivais no bairro de Sabra, na Cidade de Gaza.

A retirada parcial de forças israelenses abriu espaço para disputas de influência dentro do enclave. Facções locais, algumas com forte poder tribal, passaram a desafiar o domínio do Hamas, gerando acusações de colaboração com Israel e disputas por controle territorial.

O episódio mais grave ocorreu em Sabra, onde agentes encapuzados da Força Radea, braço policial do Hamas, enfrentaram militantes ligados a grupos rivais. Durante o tiroteio, o filho de Basem Naim, um dos principais líderes políticos do Hamas, foi baleado na cabeça e está em estado crítico.

O Hamas acusa essas facções de terem cooperado com Israel nos últimos meses e afirma que irá “restaurar a segurança” eliminando “mercenários e colaboradores”.

Um dos alvos da operação é o clã Dogmush, uma das famílias mais poderosas de Gaza e conhecida por manter milícias próprias. O grupo teria resistido ao avanço do Hamas na região central da cidade e estaria tentando ampliar sua autonomia.

Nas últimas horas, o influenciador palestino Saleh Al Jafarawi foi assassinado no norte da Faixa de Gaza por homens armados ainda não identificados. O crime gerou grande repercussão nas redes sociais e aumentou as tensões entre as facções.

Em comunicado, a Força Radea afirmou que continuará perseguindo “os remanescentes da ocupação e seus colaboradores” até que a ordem seja restabelecida. A declaração indica que o grupo pretende agir com mão de ferro não apenas contra Israel, mas também contra rivais internos.