Voto de Fux pode mudar desfecho do julgamento de Bolsonaro no STF
Há ainda a possibilidade de Fux solicitar vista, o que atrasaria a conclusão do julgamento — potencialmente por até 90 dias — e abriria espaço para estratégias de defesa mais articuladas.
- 8 de setembro de 2025
- Em: Destaques
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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), atrai atenção nesta semana por se posicionar de forma distinta em relação aos demais integrantes do tribunal no julgamento de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. Sua postura, independente do resultado final, pode abrir caminho para recursos jurídicos e sustentar argumentações políticas sobre o processo.
Divergência sobre competência e provas
Fux destacou-se ao questionar a competência do STF para processar ex-presidentes, sustentando que Bolsonaro poderia ser julgado em instâncias inferiores ou no plenário, formado por todos os ministros, e não apenas na Primeira Turma. Além disso, ele mostrou reserva em relação à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, apontando supostas lacunas no conteúdo apresentado.
Críticas às medidas cautelares
O ministro também manifestou discordância quanto às restrições impostas a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso das redes sociais. Para Fux, tais medidas carecem de fundamentação legal sólida e podem violar a liberdade de expressão.
Repercussões jurídicas e políticas
Embora o voto divergente de Fux não tenha poder para modificar o julgamento, defensores dos acusados podem usá-lo em recursos, como embargos de declaração ou até arguir a anulação do processo em um momento futuro com conjuntura política distinta. Especialistas jurídicos reconhecem que divergências isoladas não são suficientes para encaminhar o caso ao plenário do STF, mas podem fortalecer alegações de controvérsia jurídica.
Há ainda a possibilidade de Fux solicitar vista, o que atrasaria a conclusão do julgamento — potencialmente por até 90 dias — e abriria espaço para estratégias de defesa mais articuladas. Neste momento, porém, o cenário mais provável é que o ministro acompanhe a maioria e contribua para a finalização do julgamento, prevista até sexta-feira, 12 de setembro.